Mas não seria sanidade notar que estou quase insana? Nem sempre posso dizer isso de mim mesma, e o que é se não humano ser insanamente louca, ou sensatamente louca?
Até que ponto poderia eu mesma me considerar sensata se não louca? E será que essas crises de riso não seria o primeiro passo para a insanidade? Alguém notaria se eu loucamente louca me tornasse uma humanamente louca? Ou teria eu que viver mergulhada nessa insanidade?
Também me pergunto o que teria me levado a tais pensamentos, se a sociedade muito moderna de hoje não provoca a insanidade mental de muito como vem me provocando, se não é loucura real, mas sensato querer fujir dessas condições a que as vezes me encontro.
Não seria eu certa se não quisesse mais lutar pelos padrões normais de vida? E quem disse que são normais esses padrões? Desde quando eu não posso ditar minhas próprias regras?
Se eu não meter forçadamente alguém mais a ponto de lhe prejudicar, nessa minha insensatez em que vivo, seria eu permitida a viver em tais regras?
Julgo-me com poderes mentais sensatos para decidir o que quero ser, onde quero ser, e quando eu quero ser, não admito que me digam quem eu seja, o que faça, ou quando faça. Desde que a minha loucura não impeça você de viver dentro dos padrões a que você queira viver, não se meta com os meus padrões, viva e deixe viver!
Eu sou louca sim, pois vivo inserida num mundo de sensatos que não merecem a minha lucidez!
Tatiane Machado